Nome: Maurício Harley
Resumo: Maurício Harley possui MBA em Gerenciamento de Projetos de TI pela Faculdade Farias Brito, em parceria com o Grupo Portfolio. É Bacharel em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Ceará e Tecnólogo em Telemática pela Faculdade Integrada do Ceará, atualmente, Universidade Estácio.

Profissional de TI com abrangência em Segurança da Informação, Data Center e Computação em Nuvem, possui mais de 20 anos de experiência, incluindo internacional. Já atuou em ambientes Enterprise, Service Provider e Data Center, desenhando, implementando e otimizando projetos dos mais diversos níveis de complexidade.

Escritor regular das revistas PenTest Magazine e Hakin9, onde já publicou diversos artigos sobre os tópicos de Pentesting e Análise Forense. É autor do blog itHarley (https://itHarley.com), onde divulga tutoriais e opiniões acerca de Tecnologia da Informação.

Possui dupla certificação CCIE (Engenheiro Sênior da Cisco), em Routing & Switching e em Service Provider. Detém ainda o título de CISSP (Certified Information Systems Security Professional), uma das certificações mais famosas e reconhecidas no mundo na área de Segurança da Informação, além de outras complementares.

Concluiu uma pesquisa recente sobre a relação entre Inteligência Artificial e Cyber Security, e sua pesquisa atual se concentra em OSINT (Open Source Intelligence).

Qual a sua formação? Você sempre quis se formar neste curso? O que lhe ajudou a escolher essa formação?

Preciso citar todos os cursos acadêmicos que concluí, pois todos eles desempenham papel importante na minha vida profissional.
• Ensino Médio Técnico: Informática Industrial pela Escola Técnica Federal do Ceará (atualmente, Instituto Federal de Educação tecnológica do Ceará);
• Ensino Superior 1: Tecnólogo em Telemática pela Faculdade Integrada do Ceará (atualmente, Centro Universitário Estácio do Ceará);
• Ensino Superior 2: Bacharel em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Ceará;
• Pós-graduação: MBA em Gerenciamento de Projetos de TI pela Faculdade
Farias Brito, em parceria com o Grupo Portfolio.

Qual a área de sua atuação? Como há conheceu e porque decidiu seguir essa carreira?

Sou um profissional que atua em mais de uma área. Procuro não me concentrar em apenas uma porque gosto de Tecnologia da Informação e da capacidade de poder navegar por áreas distintas. Se precisar escolher apenas uma, que seja Cyber Security.

Seu sonho sempre foi ser o que é hoje? Porque?

Não. Quando ainda adolescente, comecei a estudar Medicina de forma autodidata e me planejei para prestar o vestibular. Tinha intenção de me especializar em Neurologia. Poucos meses antes do exame, desisti e troquei de opção para Informática.

Como é trabalhar nessa área? Como é os profissionais que atuam nessa área?

É simplesmente fantástico. Eu me encanto com tantos conceitos e formas de uso da tecnologia, vários deles em prol da humanidade. Os profissionais que atuam em TI são dos mais diversos tipos. Infelizmente, no que tange especificamente a Cyber Security, o mercado brasileiro possui muita gente que se acha melhor que os outros. Há grupos em redes sociais que formam verdadeiras “panelinhas” de profissionais, onde o profissional mais recente ou iniciante sofre desprezo ou simplesmente não consegue entrar. Condeno fortemente qualquer tipo de comportamento assim.

Quais foram seus principais desafios na área?

Manter-me sempre atualizado, coordenar meu tempo entre estudo, trabalho, lazer, pesquisa e compartilhamento de conhecimento. Decidir em qual área focar com mais afinco é um desafio atual.

Você já passou por alguma crise profissional?

Sim. Quando voltei de Angola, por onde morei por um ano, fiquei desempregado durante alguns meses pelo fato das empresas da minha cidade não se disporem a pagar por um profissional do meu nível. Houve alguns raros momentos em que pensei em abandonar a carreira por estar frustrado na empresa onde trabalhava.

Você teve um mentor ou alguém em que se inspirava para chegar aonde você está hoje?

Sou cristão. Acredito que Deus olha por nós em todos os instantes e agradeço a Ele tudo o que conquistei, e confio que ainda conquistarei mais. Quando ainda cursando Informática na Escola Técnica, fiquei feliz com uma dupla de estudantes que desenvolvia um trabalho de pesquisa para um determinado professor. Ao perceber minha empolgação, ele se aproximou e disse: “você vai alcança-los e passar deles”.

Você tem alguma frase ou experiência que carrega em sua bagagem (vida) que usa sempre como exemplo?

Quando você acreditar que sabe bastante sobre determinado assunto, significa que apenas começou a conhecer.

Como o mercado está para quem pretende seguir carreira nessa área?

Aberto. O país passa atualmente por um momento de crise política e econômica (ano de 2019). No entanto, sempre houve e sempre haverá demanda por profissionais de Cyber Security. Infelizmente, algumas empresas não se prestam ao papel de pagar salários decentes. É preciso, como em qualquer área, se candidatar e pesquisar as faixas salariais vigentes. Ocasionalmente, também aparecem algumas ofertas de trabalho online (home office).

Na sua experiência, quais 3 dicas você poderia passar para quem quer entrar nesse segmento?

Para todas elas, use a palavra “sempre”:

  • Mantenha-se atualizado;
  • Seja humilde;
  • Compartilhe conhecimento.

O profissional desta área consegue ser bem remunerado? Ou há grande variação de salário?

A resposta para ambas as perguntas é sim. Há empresas que pagam bem e também aquelas que vão tentar extrair o máximo com o mínimo de salário.

Se você pudesse hoje começar tudo de novo, continuaria na mesma área ou iria para outra? Porquê?

Talvez, mudasse para desenvolvimento. Seria um desenvolvedor com expertise em Cyber Security.

Quais livros lhe auxiliaram em todo o seu período como profissional da área?

O Guia do UNIX (Peter Norton), Das LANs, MANs e WANS às redes ATM (Sérgio Colcher e outros), CISSP (Shon Harris), são alguns dos vários títulos que li. É difícil dizer que um determinado livro serviu para todo o período profissional.

Na sua visão, como está os novos profissionais que estão entrando nesse segmento? Você vê algum ponto positivo e negativos que eles estão cometendo/fazendo?

A área de Cyber Security é fascinante, mas talvez pelo fato de atrair bastante a atenção da mídia, incluindo cinema, (quando acontecem vazamentos de dados, invasões de sistemas ou anúncios de criminosos), muita gente se aventura no que chamamos de segurança ofensiva.

Aprendem a como usar uma ou outra ferramenta e já se consideram invasores, ou como eles mesmos se denominam, “hackers”. E é possível que seja esta a maior injustiça com o termo.

Há muitos jovens que mal sabem escrever corretamente um texto completo em Português e já possuem canal no YouTube ou conta no Twitter, onde falam sobre como invadir sistema A, B ou C ou mesmo contando suas aventuras no “submundo”. É triste tanto ver isso dos iniciantes, que já começam errado, quanto também é triste ver a soberba de vários profissionais experientes, que criam as “panelinhas” que citei mais acima, acreditando que apenas os membros delas são pessoas dignas de respeito e reconhecimento no meio profissional.

Abomino ambos os comportamentos. No meu entendimento, o verdadeiro profissional de Cyber Security, e até mesmo de TI de uma maneira geral, segue os princípios que falei na pergunta de número 10.

Qual é a sua maior conquista profissional?

Conseguir alcançar minhas certificações tendo adquirido as respectivas experiências de campo. Poucas são as certificações que exigem experiência prévia como parte do processo de titulação, mas sou orgulhoso de dizer que todas as minhas vieram acompanhadas de “mão na massa”.

Qual foi a maior decisão que você teve que tomar em toda sua carreira profissional? Por que foi tão difícil?

Sair do país. Foi difícil porque vim sozinho para um local desconhecido, que não havia visitado antes como turista e para uma empresa nova. Continuo longe da minha família e isto requer um processo de adaptação contínuo.

Qual tarefa ou projeto você considera sua conquista mais significativa na carreira até agora? Explique o plano, como você o administrou, como mediu seu sucesso e quais foram os maiores erros cometidos.

É uma pergunta bem difícil, pois há vários momentos que mereceriam aparecer aqui. Eu teria pelo menos dois em cada área onde atuo. Mas, focando em CyberSecurity, eu diria que escrever para revistas internacionais é um fator de orgulho pessoal. Não houve qualquer plano. Os convites foram chegando e eu fui abraçando- os, me comprometendo com os conteúdos e com os editores. Em termos de sucesso, eu diria que os bons comentários que recebi dos editores e revisores me incentivaram a continuar no mesmo caminho. Em relação aos erros, imagino que correções mais aprimoradas do Inglês poderiam ter sido realizadas. Gerenciei mal o tempo em alguns dos artigos e acabei precisando virar a noite para entrega-los.

O que você gostaria de fazer todos os dias da sua vida na sua carreira?

Trabalhar com pesquisa, desenvolver produtos e/ou serviços a partir delas e divulgar meu progresso por meio de artigos e apresentações.

Se você tivesse R$ 200.000 para construir o seu próprio negócio, o que você faria?

Investiria em alguma opção de nível moderado ou agressivo. Não abriria meu próprio negócio.

O que surpreendeu você até agora como profissional desta área?

A quantidade de pessoas que se acham conhecedoras dos assuntos, e também aquelas que se acham mais importantes que as outras.

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