Nome: William Alevate
Resumo: Profissional com 30 anos de carreira, sendo 20 dos quais em atividades de Gestão de Segurança da Informação, Gestão de Crises e Continuidade de Negócios. Publicou um livro (Gestão da Continuidade de Negócios) e co publicou outro (Guia de Formação de Security Officers). Publicou mais de 30 artigos no Linkedin / Pulse e palestrou em dezenas de seminários e simpósios.

Qual a sua formação? Você sempre quis se formar neste curso? O que lhe ajudou a escolher essa formação?

Sou Tecnólogo em Processamento de Dados. Queria Engenharia, mas depois de 5 anos, onde cumpri e cheguei só na metade do curso, repensei e fui pra PD. La concluindo o curso

Qual a área de sua atuação? Como há conheceu e porque decidiu seguir essa carreira?

Segurança da informação e Continuidade de Negócios. Atuo em Consultoria. Entrei nessa área pela oportunidade. Não esperava estar aqui no inicio, sempre achei que continuaria em suporte técnico especializado. Mas a vida me trouxe pra cá…

Seu sonho sempre foi ser o que é hoje? Porque?

Como já disse, não… não sei exatamente o que sonhava… não penso muito nisso, procuro viver com o que tenho na mao… mas nos últimos 23 anos venho fazendo isso então, a partir dai, sim, meu sonho tem se confirmado

Como é trabalhar nessa área? Como é os profissionais que atuam nessa área?

É desafiador e bastante esclarecedor. Conhecer os meandros dessa área é excelente. Quanto aos profissionais, sei que são todos muito profissionais e todos interessados no bem estar das empresas com as quais trabalhamos. Mas nossa especificidade é muito grande e não é qualquer profissional que pode trabalhar com o que trabalho. É necessário muita garra, muito empenho e principalmente muito estudo.

Quais foram seus principais desafios na área?

Estudar todos os dias. Ficar afastado da realidade não ajuda em nada a progressão na área. O grande desafio nessa área é que as pessoas não sabem a necessidade de atuar com Segurança, embora todas as empresas dela necessitem.

Você já passou por alguma crise profissional?

Muitas, praticamente sempre. A crise no Brasil traz pra todos problemas ligados aos desafios profissionais, principalmente pela escassez de serviços.

Você teve um mentor ou alguém em que se inspirava para chegar aonde você está hoje?

Sim, muitos foram meus mentores e gente nas quais me inspirei. Peço licença pra não mencioná-los pois alguns, inclusive, já morreram. Mas acredite. Muitos foram pra mim espelhos de conduta que sei, depois de tanto tempo e também atuando na vida acadêmica como professor, sei que sou espelho pra muita gente também, esse movimento é inerente à vida de todo mundo na sociedade.

Você tem alguma frase ou experiência que carrega em sua bagagem (vida) que usa sempre como exemplo?

Sim – NÃO DIGA DESSA ÁGUA NÃO BEBEREI POIS UM DIA PODE ESTAR NADANDO NELA – frase minha cunhada em 1985. Hoje a respeito muito mais pois tive experiências vitais relacionadas a isso.

Como o mercado está para quem pretende seguir carreira nessa área?

Hoje, como todo o mercado no Brasil, difícil… mas bons e preparados profissionais de SI não ficam desempregados muito tempo. O Advento de leis e regulamentos específicos, tais como LGPD, Resolução 4658 do BACEN, 171 do CNMP e 182 do CNJ trazem consigo a exigência da aplicação da SI

Na sua experiência, quais 3 dicas você poderia passar para quem quer entrar nesse segmento?

Estude, muito e sempre – Esteja antenado para todas as novidades da vida profissional. Se dedique – atuando como consultor externo ou especialista interno, você deve dar tudo de si para o seu cliente. Seja Humilde – nessa área, muitas vezes se nubla a realidade com a impressão que se sabe tudo. Lembre-se que sempre tem alguém que pode e é melhor que você.

O profissional desta área consegue ser bem remunerado? Ou há grande variação de salário?

A SI é a área derivada de TI que melhor paga. Desde o estagiário até o gerente. Há sim grande variação de remuneração, mas essa variação é fruto da sua competência e modo de atender aos desafios.

Se você pudesse hoje começar tudo de novo, continuaria na mesma área ou iria para outra? Porquê?

Muito difícil responder essa pergunta. Gosto muito de ensinar, então ser só professor também me daria muito prazer. Enfim, não sei, se não tivesse sido outra coisa seria mais feliz ou não. Sei que vivo bem com minha decisão e me preparo todo dia para melhorar cada vez mais no que faço

Quais livros lhe auxiliaram em todo o seu período como profissional da área?

Quando comecei não haviam muitos livros. No decorrer da historia meus colegas e amigos os lançaram. Inclusive eu, fui co-autor do Manual para a formação de Security Officers do extinto Modulo Education Center e publiquei um livro solo, Gestao da Continuidade de Negocios. Recomendo, além do meu livro, os livros de Fernando Saldanha, Fernando Marinho, Edson Fontes, Renato Opice Blum, Ricardo Albuquerque, Gilberto Martins de Almeida, Marcos Semola, entre outros tantos paladinos do mercado.

Na sua visão, como está os novos profissionais que estão entrando nesse segmento? Você vê algum ponto positivo e negativos que eles estão cometendo/fazendo?

Muitos profissionais tem vindo pra área achando que a vida acadêmica, por si só, lhes prepara pra atender aos requisitos e a resposta é não – a vida pratica lhes dará a visão correta. Aprender na faculdade é importante, mas lá se está em ambiente controlado e totalmente protegido. A vida pratica é dinâmica e praticamente sem rotina. Muitos não estão preparados para este choque de realidade.

Qual é a sua maior conquista profissional?

Participei de mais de 300 projetos no Brasil e exterior, lancei um livro que levou anos pra conquistar. Acho que minha reputação técnica foi minha maior conquista profissional

Qual foi a maior decisão que você teve que tomar em toda sua carreira profissional? Por que foi tão difícil?

Não me apego a nada material. Dinheiro, posses, nada disso… me apego ao afeto por pessoas e projetos. Trabalhei na Módulo por 15,5 anos e sair de lá pra mim foi muito difícil. Tomei a decisão pois o caminho trilhado pela empresa deixou de me agradar. Foi difícil entretanto tomar essa decisão pq atuei la pelo tempo de uma vida, ir para outro desafio era incerto, mas tive que fazer aquilo.

Qual tarefa ou projeto você considera sua conquista mais significativa na carreira até agora? Explique o plano, como você o administrou, como mediu seu sucesso e quais foram os maiores erros cometidos.

Foram tantos projetos impactantes no mercado, desconhecido da grande massa que é difícil enumerar. Acho que minha grande atuação, e mais longeva, ainda nos tempos de Módulo, foi pegar um projeto pequenino no extinto Banco Nossa Caixa, que começava em 2001 a criar sua área de SI e ajuda-la a ir ao Status de Diretoria no Banco, até 2010, quando o Banco do Brasil veio, comprou o Banco e destruiu, literalmente, todo. Posso afirmar sem medo de errar que na época o Banco Nossa Caixa era o Banco mais seguro do Brasil. Contava na época com mais de 180 profissionais, atuando em Segurança Física, lógica e tendo criado, pioneiramente, a Segurança Cibernética.

O que você gostaria de fazer todos os dias da sua vida na sua carreira?

Trabalhar com gente boa, motivada, competente e capaz para vencer os inúmeros desafios que se nos apresentam os clientes, vendo em seu semblante a satisfação por um trabalho nosso que receberam com tanto esforço técnico e com conhecimento apropriado para todas as realidades. Sei como é prazeroso pois tenho tido ao meu lado profissionais com este perfil desde o inicio de minhas atividades em SI. Ninguém faz nada sozinho. Sempre uma equipe, em SI, é chamada e deve realizar os trabalhos com foco, pujança e determinação.

Se você tivesse R$ 200.000 para construir o seu próprio negócio, o que você faria?

Sim, faria. E seria consultoria, como faço hoje, sem um tostão próprio, só atuando com o que conseguimos dos clientes.

O que surpreendeu você até agora como profissional desta área?

Muita coisa, mas principalmente – e isso é relevante pra quem quer entrar na área – a soberba de alguns clientes e a ingenuidade de outros. Muitos acham caro realizar um projeto e outros acham que deles não precisam. No final o que fica caro é pagar multa e perder espaço para realizar seus trabalhos com suas empresas nos clientes onde atuam, muitas vezes por décadas. O perfil do empresário Brasileiro não é o de fazer a coisa simples e focada, mas de ir tocando e quando pintar problema, a gente vê o que faz.

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